Porque exatamente quando se esta mais certo de uma coisa…
E que a gente tem mais chance de perder essa certeza?
Porque exatamente quando se esta mais certo de uma coisa…
E que a gente tem mais chance de perder essa certeza?
Eu tentei me animar
Com palavras de conforto
Mas até o próprio mar
Se pôs revolto
E ainda espero que a vida
Me dê sinal de vida
Ou que eu seja mesmo dado como morto
Mas um velho dia morre
Quando há um dia novo
E até nossa burrice
Entende nosso sufoco
E a terra se vicia
Agradeça à diarquia
Que quedou-se com um muro
Em terras alemãs
Só me diga qual dos reis
Você vai seguir agora…
Ontem tinha seu sorriso
Hoje tenho teu desgosto
E não entendo o motivo
Do teu gesto louco
E em meu peito nada bate
Nada meche ou respira
E quem sabe eu seja mesmo dado como morto
E a terra se vicia
Agradeça à diarquia
Que quedou-se com o muro
Em terras alemãs
Só me diga qual os reis
Você vai seguir agora…
Um céu negro e incólume
Um céu de chumbo,
Pontilhado de estrelas mortas
No maio eterno e sangrento
No maio vulgar e pictórico
No maio, longe do mar
E do sol, eternamente…
Ah, eu desejei a noite eterna
Mais o que resta é o sangue
A nudez da morte que se repete
A morte da desilusão amorosa
A morte da solidão das árvores tristes
A morte do cafajeste
Do canalha
Do homem feito
Do calhorda
Do mentecapto
Quem sou?
Uma alma penada vagando pelo mundo
Em solidão, ranger de dentes
Um eterno solfejo
Do violino abandonado
À espera do barco pelo sol…
.
.
.
E, no fim da noite eterna
As mãos que se calam
O casulo que envolve
O antigo poeta feliz
Outrora errante
Hoje, nada mais
Que uma catacumba vazia
Um morto que se esqueceu de cair…
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Bem, o Selph disse que eu não falo muito de mim. Como eu nunca escrevo nada pra mim mesmo, vai aí uma série de auto-impressões. Espero que alguém goste. Se ninguém gostar, paciência. Eu gosto muito do meu eu. Estou aqui só querendo dividir com vcs….
Aquele abraço…
Sim, andava nas nuvens após o mar de margaridas
Silenciosa, apenas os vagidos e o vento
Que troçava dela, fazendo redemoinhos
No cabelo de princesa equatorial
Onde a lua? Triste fim da brincadeira
Delta amarelo: almas em flores
A vida é aquilo, é isso e nada…
Sim, ela andava nas nuvens
Sob o véu inexpressivo das lágrimas tristes
Jovem menina, os sonhos em flores
É a vida que vem: fim do brinquedo
Mas, veja quem olha de perto
Dedos em riste, bom travesseiro
Encantamento, amor e glória…
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Esse é pra ti, Aline. Espero que tu goste…
Abraço
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Pois é, existem bandas razoáveis, boas, revolucionárias, fantásticas e outras que escapam de qualquer tipo de explicação. The Smiths é do último tipo. Essa música pós-piscodélica faz parte do que há de melhor em termos de produção musical na década de 80. Acho que ninguém deve morrer antes de ouvir seriamente The Smiths.
Considerado por muitos o maior vocalista da história, Morrissey se destaca como um dos mais influentes de seu tempo. Pra quem gosta de boa música, essa é uma grande pedida…
Abraços
Democracia dos Insanos
O Mundo dormia a seus pés
Era o líder dos exércitos
Dos povos que seguiam
As palavras do expertos
Seus soldados levantavam cacetetes
Meus amigos levantavam braceletes
E ainda que um levante pacifista nos invada
Os mortos que ele fez nos revoltarão
Pois o tirano ama as noites….
Nas não admite ter partido nos açoites
Que corrompem as almas dos mais fracos
E aliviam a culpa dos mais santos
Haverá Sangue
Na terra dos injustos
Haverá Guerra!
Na nação dos homens lúcidos…
Seu mundo caiu
Pela força dos mais fracos
E ele então começou
A ofensiva dos insanos
Contra a voz dos inocentes
Que antes eram intocados
E aqueles que por tudo lutavam
Se esqueceram dos meus gestos mais bonitos
Sugar, sugar
Bloody sugar, sugar
Bloody sugar, sugar
(solo)
As crianças que morreram em hospitais bombardeados
Valem menos que aquelas das minas enterradas
(repete)
(solo)
E o meu peito bate fraco
Porque imita o descompasso
De um amor pejorativo
Tal qual o gosto dos bandidos
Mas o trem não parará nessa estação
Tem pederastas planejando outra missão
Conquanto que não uses o correio
Não terei pressa de usar meu canivete
Mas espere meu convite pra jantar
Venha comigo pra dançar no infinito
Durante a espera de algum sinal dos anjos
Sugar, sugar
Bloody sugar, sugar
Bloody sugar, sugar
Haverá paz no reino do Brasil (3x)
Haverá paz no reino do Brasil?
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Depois da Fer dizer que eu tava parnasiano, era hora de colocar alguma coisa mais quente aqui, né não? Parnasiano é foda (rsrsrs). Puzé, mais uma música da época que eu tinha 15 anos.
Dá pra comentar bastante coisa sobre essa música, ela tem bastante significado. Eu era um jovem rapaz nessa época e ainda tava aprendendo muita coisa, mas a música ficou boa…
Então…
Abraços
Sou meu próprio feitor
E também meu próprio algoz
Escravo do teu amor
E prisioneiro da tua voz
A morrer de paixão fui condenado
Mas que bela sorte irei ter
Porque o que muitos haviam sonhado
É o que me vai acontecer
Aqui me vou sorridente à minha forca
Já com meu nome assinado em minha lápide
Com meu peito fazendo uma fração
E o teu para compor a outra parte
Vamos lá, de mãos dadas
Porque quem ama tem sempre outra metade
Porém quem nunca amou
Não terá vivido de verdade
Quem já amou uma vez
Morrerá ao menos uma, eu acho
Uma pelas mãos de Deus
E outra pelas mãos de um palhaço
Que palhaço será esse
Que teima em nos flechar
Com ferida de que não se padece
E nos faz se apaixonar
Sou roto, leso e bagunçado
Inexpressivo, ausente, indiferente
Mas apenas ser alguém apaixonado
Já é capaz de me deixar contente
Lacrimejo, é verdade e reafirmo
Mas são lágrimas que saem do coração
Essas não machucam, nunca duvide
Em cada gota um litro de emição
Eis aqui a lei mais bela
Que não é escrita nem por homens ou palavras
É escrita e selada nela
Que me perde e também me barra
Elas que se chama paixão
E é o motivo da minha vida
e a principal razão
Da minha partida…
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Puzé, muito piegas, mas foi escrita com quinze anos..
Então tá, proveitem…
Vê, o céu escarlate e as nuvens doidas
Vê, o mundo disperso, sedento de sangue
Vê, o farol sobre o lago: repouso do amante
Sente: é o riso que desfaz, meio de repente
Dois barcos sobre o sol, ao vento de junho
Madrugada fria, almas em transe, riqueza
Véu macilento: serenidade e força
Corpos que se completam: fingida distância
Sou eu quem choro, intranqüilo
Triste e alegre, desejo do beijo
Do tato, do toque, da pele…
Desejo astral e inconfundível
Sintoma da paixão: insistência…
Veja ao longe o castelo de sombras
Anúncio real do fim dos teus dias
Gemei, pecador de tempos indômitos
O gládio estourou enquanto dormias
Soldados se erguem à destra e acima
Mulheres chorosas em sangue e tripas
Teus filhos malditos, a história ensina
Serão esquecidos no sopro do tempo
Correi filhos imundos da esperança
Correi e velai no ritmo sujo da dança
Que a Morte dedilha em seu acordeão
Imperadores e servos cantando o refrão
Filhos de Eva, párias vis, memoráveis
Metal e milongas, tangos, fados e sambas
Valsa cadente no ocaso dos céus
Blues depressivo no lar dos querubins
Venham todos adorar o fantasma
Venham esbaldar-se na festa do sangue
Comemorar o nascimento da desgraça vasta
Comer do banquete do fim dos Tempos
Teu.
Teu escravo, senhora, tua cria
Tua fera obediente, teu servo desamparado
Orador eloqüente, silenciado
Poeta sem rima, sem métrica, sem nada
É teu.
Teu, o semblante aliviado
O corpo, tremendo ao meu lado
Entregue: suado, tomado
Jogado, machucado, estrangulado…
Inoculado…
De mim, fiel seguidor de tuas ancas
Fiel tomador de todas tuas esperanças
Homem, servo, patrão e menino
Prostituto de ti, imagem ferina
Viril, másculo: flores ao espanto.
Sou eu
Eu quem te desdobra com a língua
Palavras, gestos, obscenidades íntimas
Exponenciadas pelo toque gentil da barba
Carícias leves, mordidas: mata desbravada
Sou teu.
Teu dono, feitor, mestre, professor
Cigano, andarilho, nunca estás comigo
Vago na fria escuridão
Sou tua
Imaginação…